Minha mente é um labirinto sem fim, onde cada corredor esconde um segredo, uma lembrança, um medo.
Às vezes, me perco nela como quem entra em um bosque denso sem saber se há uma saída. O problema não é apenas o que está dentro, mas o que ela pode criar. Imaginação é uma dádiva e uma maldição ao mesmo tempo.
Existem dias em que minha mente sussurra coisas que eu não quero ouvir. "E se tudo der errado?" "E se você não for suficiente?" Essas vozes silenciosas ecoam e crescem, transformando pequenas inseguranças em monstros gigantescos. Sei que nem tudo que penso é real, mas saber disso não torna os pensamentos menos assustadores.
Já tentei ignorar, calar, desviar.
Mas quanto mais eu fujo, mais forte ela grita. É como se minha mente soubesse exatamente onde tocar para me deixar vulnerável. Ela conhece meus medos melhor do que eu mesma e sabe usá-los contra mim em momentos de fraqueza.
Mas nem sempre minha mente é inimiga.
Há dias em que ela é um refúgio, um universo de possibilidades onde tudo pode acontecer. Nos momentos de criatividade, sinto como se pudesse construir mundos inteiros, moldar personagens, criar histórias que nunca existiram antes. Nesses momentos, a mente não assusta, ela encanta.
O medo da minha mente, no fundo, é o medo de perder o controle.
O que acontece quando a imaginação ultrapassa os limites do real? Quando os pensamentos se tornam tão intensos que parecem concretos? Essa linha tênue entre realidade e ilusão me assusta mais do que qualquer outra coisa.
Às vezes, me pergunto se sou a única que sente isso. Mas sei que não. Muitas pessoas enfrentam suas próprias mentes como se fossem campos de batalha. Algumas vencem, outras se perdem. E há aquelas que aprendem a dançar com os próprios demônios.
Aprender a conviver com minha mente é um desafio constante. Há dias em que tudo está em silêncio, e eu respiro aliviada. Mas há outros em que ela se torna um redemoinho de pensamentos caóticos, e tudo o que posso fazer é tentar não ser arrastada pela correnteza.
O maior problema é que não posso fugir dela.
A mente me acompanha aonde quer que eu vá. É minha melhor amiga e minha pior inimiga. É o lugar onde sonho, mas também onde me saboto. Como equilibrar isso? Como encontrar paz em algo que nunca para de funcionar?
Talvez a resposta esteja na aceitação.
Em vez de lutar contra minha mente, posso tentar entendê-la. Ouvir suas vozes sem me deixar levar. Separar o que é real do que é apenas fruto de inseguranças e medos irracionais. Parece simples na teoria, mas na prática é um processo longo e doloroso.
O mais estranho é que, mesmo com todo o medo, minha mente também me fascina. Ela é um universo dentro de mim, cheio de mistérios que talvez eu nunca decifre completamente. Há algo assustador nisso, mas também há algo mágico.
Acho que parte do crescimento é aprender a lidar com a própria mente. Não deixá-la dominar, mas também não tentar silenciá-la completamente. Afinal, é ela que me faz quem sou. Mesmo quando me assusta, é nela que encontro minha essência.
Já pensei em como seria se pudesse desligá-la por um tempo, só para descansar. Mas sei que, sem ela, eu não seria eu. É um preço alto, mas que vale a pena pagar. A mente é um labirinto, mas talvez o segredo não seja escapar, e sim aprender a caminhar por ele.
O medo da minha mente é real, mas não precisa ser paralisante. Posso aprender a usá-la ao meu favor. Posso transformar os pensamentos que me assombram em palavras, em arte, em algo que inspire e cure, em vez de apenas machucar.
Sei que nunca terei controle total sobre minha mente. Mas posso aprender a coexistir com ela. E talvez, com o tempo, esse medo se transforme em algo menor, algo que posso carregar sem que pese tanto.
Afinal, o que seria de mim sem minha mente?
Ela me assusta, mas também me define. O medo existe, mas não precisa me consumir. Posso ser maior do que ele. Posso ser dona da minha própria história, ainda que minha mente insista em sussurrar o contrário.
E se no final das contas, minha mente for apenas um reflexo do que sou? Talvez o segredo esteja em me aceitar, com todos os medos, com todas as sombras. Porque, no fim, até a escuridão da mente pode ser um caminho para encontrar luz.
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