tem coisa mais doida que a madrugada? Tipo, quando o mundo inteiro apaga a luz, todo mundo se joga na cama, e você pensa que finalmente vai descansar, né? Que nada! É justamente aí que a minha cabeça começa a girar a mil por hora. Parece que o silêncio lá fora faz meus pensamentos ficarem mais altos, mais bagunçados, tipo uma festa que só eu tô vendo.
Durante o dia eu até tento me distrair — faço minhas coisas, converso, rio, estudo, assisto alguma série — mas quando a noite chega e a casa fica vazia, sem barulho, é como se uma porta se abrisse dentro de mim e liberasse todo um monte de sentimentos e ideias que eu não sabia que estavam guardados. Vem tudo junto: as dúvidas, as inseguranças, os medos, as lembranças boas e ruins, as perguntas que não param de surgir.
Eu fico ali, deitada na cama, olhando pro teto ou pra parede, e minha cabeça começa a funcionar sem parar. Eu me pergunto coisas tipo: “Será que eu fiz o certo hoje?”, “Será que aquela pessoa se importa mesmo comigo?”, “Será que eu vou conseguir tudo que eu sonho?”, “Será que alguém sente minha falta?”, “Por que aquela situação me marcou tanto?”, “O que eu faço com essa ansiedade que não me larga?”. E quanto mais eu tento não pensar, mais esses pensamentos invadem meu cérebro e não me deixam em paz.
E tem horas que esses pensamentos me puxam pra trás, pra coisas que eu queria esquecer, sabe? Aquelas lembranças que apertam o peito, que dão uma dor estranha. Mas também tem horas que eles me jogam pra frente, fazendo eu imaginar mil possibilidades, futuros diferentes, coisas que eu ainda quero conquistar. É uma mistura louca, às vezes meio confusa, mas que faz parte de mim.
Eu já tentei de tudo pra dar um tempo nesse turbilhão: ouvir música calma, ler um livro, meditar, contar carneirinhos, até levantar e dar uma volta no quarto. Mas nada parece funcionar muito, a cabeça insiste em não desligar. É como se tivesse um botão “on” que não tem como desligar, e quanto mais eu tento, mais ela acelera.
Quando o sono finalmente chega, ele não é aquele sono leve, sabe? É um sono cheio de ansiedade, meio pesado, como se eu tivesse um nó no estômago que não quer desamarrar. E mesmo dormindo, minha mente continua trabalhando — eu sonho acordada, revivo conversas, penso em coisas que aconteceram, imagino futuros, sinto saudade de pessoas e momentos que já passaram. Dormir pra mim é uma viagem dentro de mim mesma, um lugar onde eu tento me entender, mesmo que às vezes eu fique mais perdida.
Mas, sabe o que eu descobri? Que pensar demais não é só ruim. Mesmo que canse, mesmo que às vezes me deixe exausta, essa minha mente inquieta é uma parte forte de quem eu sou. É ela que me faz querer ser melhor, que me faz refletir sobre a vida, que me ajuda a aprender com os erros e valorizar os acertos. É o que me faz sonhar grande e sentir tudo com intensidade
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Claro que nem sempre é fácil conviver com isso. Tem dias que eu me sinto sozinha nessa bagunça toda, como se ninguém mais entendesse essa coisa de pensar demais quando todo mundo dorme. Mas aí eu percebo que é normal, que muita gente passa por isso, só que cada um lida de um jeito. E que está tudo bem ser assim, porque faz parte da gente.
E sabe o que é mais louco? Eu aprendi a não me julgar por isso. Não me culpar por sentir demais, por pensar demais, por ficar nessa montanha-russa de emoções toda noite. Porque essa é a minha essência. É isso que me faz única, real, intensa. E eu aprendi a abraçar essa parte minha, mesmo que ela me canse.
Então, da próxima vez que você me ver meio longe, ou meio sorrindo sozinha, pode apostar que eu estou navegando nesse mar infinito de pensamentos que aparece quando todo mundo dorme. E se você também é dessa turma que não consegue desligar a mente à noite, fica aqui meu abraço, porque a gente se entende.
Nos momentos calmos é que surge a reflexão. Acontece muito antes de dormir e no banho. Acho que é a amostra mais real da nossa mente tentando se conectar com nós, após o dia inteiro em função do mundo…